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Nina Simone.

  • Lucila Moreira Silveira
  • 21 de mai. de 2021
  • 3 min de leitura

Nina Simone. Nunca ouvira falar nesse nome até, aproximadamente, meus 16, 17 anos de idade.


Mas quando a ouvi cantar pela primeira vez, foi um encantamento. Ela realmente era capaz de jogar “feitiços” sobre sua audiência. E mantê-la cativa. Porque nós pertencemos a ela.

O disco, tenho-o até hoje. Tem umas seis ou sete canções, dentre elas uma de David Bowie, “Wild is the Wind”. Absolutamente linda. E até - eu não sabia nada sobre a vida de Miss Simone à época - um tanto autobiográfica. “For my life is like the wind, and wild is the wind…”.


Para quem já gosta ou deseja conhecer a arte dessa mulher absolutamente fantástica, de voz impressionante e diferente, há um documentário na Netflix chamado “What Happened, Miss Simone?”. É muito interessante, e apresenta com bastante exatidão e mesmo ternura o que era ser uma pianista negra, que havia sido criada para ser pianista clássica negra, e que fora arremessada na cena musical de Nova York quase que de repente, tocando e cantando em bares de quinta categoria, até conseguir oportunidades mais interessantes para desenvolver sua própria arte.


Dizem que o seu verdadeiro nome de batismo era Eunice Waymons… Ei! Este post não tem a intenção de ser uma biografia. Para tanto, todos têm à disposição o Google, a Wikipedia…

Este post tem a ver com emoções, com comoções, como ouvir Nina Simone pela primeira vez transfixou-me.

Uma voz tão diferente.

E pensar que, graças ao racismo odioso, na época em que ela foi criada, quase a perdemos. Quase a perdemos porque era difícil que entrasse na cabeça dos brancos que uma garota negra fosse capaz de aprender piano, e piano clássico, ainda por cima. Porque este (a aprendizagem do piano clássico) foi o presente que duas senhoras brancas lhe deram.

Nina (ela escolheu este pseudônimo por causa de um namorado do tempo em que eram adolescentes. Ele a chamava Niña, “Neee-na”, na língua americana. O Simone foi homenagem à atriz francesa muito em voga, naqueles tempos: Simone Signoret.).

Nina escolheu ou foi escolhida pela fast-track de uma carreira longe dos conservatórios.

O movimento pelas liberdades civis nos Estados Unidos ficara cada vez mais visível. E precisava do apoio dos Grandes e Conhecidos.


Não estou bem certa se Nina já era Grande e Conhecida naqueles tempos; talvez sim, porque ouvi-la cantar no rádio era um acontecimento para todo mundo. Sua voz era totalmente dela.


E chegou o período de engajar-se. Como não oferecer sua arte a um movimento no qual ela acreditava?


Quem duvida, ouça “Mississipi Goddam”, ou “Young, Gifted and Black”.


Por vezes, com seu rosto atrevido e sua voz única, Nina parece nos perguntar: "O que vocês querem de mim?”


E eu devolvo: “O que quer de mim, Nina Simone”?


Ela quer, naturalmente, ser vista e ouvida. Sabem que mesmo quando ia cantar e tocar seu piano nos “inferninhos" de Nova York, ela usava seus vestidos longos e fazia a mesura clássica que todos os solistas de orquestra fazem, quando terminam suas peças musicais?


Façam a si mesmos um enorme presente: procurem nos streamings que estão por aí um álbum, ou mesmo uma música, e ouçam-na com atenção.

“O que quer de mim, Nina Simone?”

Não esquecer o Justo Combate. Que ela, com todos os percalços que enfrentou, lutou.


E aprenderei, Nina Simone. Um dia, saberei como se luta um Justo Combate.


What happened, Miss Simone?

Life. Life Happened.

 
 
 

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